sexta-feira, 30 de maio de 2008

6º PIB per capita do mundo, onde as pessoas compram mais livros, onde a expectativa de vida dos homens é a mais alta do planeta

Instigante e inspiradora a leitura desta matéria especial contida na edição impressa da revista Carta Capital desta semana.
Ressalto:
igualdade plena de direitos entre homens e mulheres e não meramente formal, como no Brasil;
respeito à Convenção sobre os Direitos da Criança no que concerne ao interesse superior da criança, uma vez que a sociedade que é culturalmente dirigida para a criação de filhos felizes e saudáveis, por qualquer número de pais e mães;
extirpação do controle da vida das pessoas por meio da moral sexual – «coerência moral de não sentir ciúme das escapadas de suas esposas»;
não existe incentivo para «ficar juntos pelo bem das crianças» – as crianças ficarão bem, porque a família vai se reunir em torno delas e provavelmente os pais continuarão tendo um relacionamento civilizado, com base na compreensão geralmente automática de que a custódia dos filhos será compartilhada;
educação de alto nível oferecida pelo Estado, a começar por creches de dia inteiro, que torna praticamente inexistentes as escolas particulares;
viver com sensibilidade e alegria, longe da falsidade, do preconceito e do tabu;
Abraços a todas.
Oto

Alegria on the rocks
Como vivem os habitantes da Islândia, considerada o país mais feliz do mundo
POR JOHN CARLIN*
A maior taxa de natalidade da Europa + o maior índice de divórcios + a maior porcentagem de mulheres que trabalham fora de casa = o melhor país do mundo para se viver. Deve haver algo errado nessa equação. Coloque esses três fatores juntos – montes de crianças, lares desfeitos, mães ausentes – e você certamente terá uma receita de miséria e caos social.
Mas não. A Islândia, o bloco de lava subártico a que se aplicam essas estatísticas, encabeça a última classificação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o que significa que como sociedade e como economia – em termos de riqueza, saúde e educação – é a campeã do mundo. Ao que se poderia retrucar: sim, mas com invernos tão escuros, e longe dos verões tropicais, os islandeses são felizes? De fato, até onde se podem medir confiavelmente essas coisas, eles são. Segundo um estudo acadêmico aparentemente sério divulgado pelo Guardian, os islandeses são a população mais feliz da Terra. (O estudo ganhou certa credibilidade porque concluiu que os russos eram a mais infeliz.)
Oddny Sturludottir, 31 anos, com dois filhos, contou-me que uma grande amiga dela, de 25 anos, tem três filhos com um homem que acabou de deixá-la. «Mas ela não tem a menor sensação de crise», disse Oddny. «Está se preparando para tocar sua vida e sua carreira com uma mentalidade totalmente otimista.» A amiga não vê crise onde qualquer mulher em situação semelhante, em qualquer outro lugar do mundo ocidental, consideraria uma completa catástrofe.
Existem muitos outros fatores mais evidentes – e não se trata aqui do fato de a cantora pop Björk ter nascido lá. As estatísticas favoráveis abundam. É o país com o sexto PIB per capita do mundo. É onde as pessoas compram mais livros, onde a expectativa de vida dos homens é a mais alta do planeta, não muito atrás da feminina. É o único país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não tem forças armadas (elas foram banidas 700 anos atrás). Lá está a maior porcentagem de telefones celulares por habitante, o sistema bancário em mais rápida expansão, negócios de exportação disparados, ar cristalino e água quente distribuída para todas as residências do país diretamente das entranhas vulcânicas da terra. Mas essa felicidade jamais seria possível sem a resoluta autoconfiança que define os islandeses como indivíduos o que por sua vez deriva de uma sociedade que é culturalmente dirigida para a criação de filhos felizes e saudáveis, por qualquer número de pais e mães. Muito disso vem de seus ancestrais vikings, cujos homens eram saqueadores e violadores contumazes, mas ao menos tinham a coerência moral de não sentir ciúme das escapadas de suas esposas, mulheres duras que mantinham suas famílias alimentadas na aridez da semitundra dessa ilha do Atlântico. Como explicou uma avó que conheci em minha primeira visita à Islândia, dois anos atrás: «Os vikings iam embora e as mulheres dominavam a situação e tinham filhos com seus escravos, e quando os vikings voltavam aceitavam tudo no espírito do quanto mais gente, mais animado”.
Oddny, uma pianista esguia e atraente que fala alemão fluentemente, traduz livros do inglês para o islandês e é vereadora na capital Reykjavik, é uma amostra contemporânea disso. Cinco anos atrás, quando estudava em Stuttgart, ela engravidou de um alemão. Durante a gravidez, terminou o namoro e voltou com um antigo ex, prolífico escritor e pintor islandês chamado Hallgrimur Helgason. Os dois voltaram para a Islândia, onde viveram juntos com o bebê e depois de algum tempo tiveram outro filho. Hallgrimur é dedicado às duas crianças, mas Oddny considera importante que sua primeira filha mantenha uma ligação estreita com o pai biológico. Isso acontece regularmente. O alemão vai à Islândia e se hospeda na pequena casa de Oddny e Hallgrimur durante uma semana, às vezes duas.
O caso de Oddny não era raro. Quando se aproxima o aniversário de uma criança, não apenas os vários conjuntos de pais se reúnem para a festa, mas também os vários conjuntos de avós, sem falar em tios e tias. A Islândia, isolada no meio do Atlântico Norte e tendo a Groenlândia como vizinha mais próxima, era distante demais para os missionários cristãos medievais, a não ser os mais obstinados. É um país principalmente pagão, como os nativos gostam de dizer, sem o peso de tabus que causam tanta perturbação em outros lugares. Isso significa que são pessoas práticas, o que, por sua vez, significa muitos divórcios.
Os islandeses são o povo menos «encucado» do mundo. Daí que, por exemplo, não existe incentivo para «ficar juntos pelo bem das crianças». As crianças ficarão bem, porque a família vai se reunir em torno delas e provavelmente os pais continuarão tendo um relacionamento civilizado, com base na compreensão geralmente automática de que a custódia dos filhos será compartilhada.
O conforto de saber que, aconteça o que acontecer, o futuro das crianças está assegurado também serve para explicar por que as islandesas, tão modernas (a Islândia elegeu a primeira mulher presidente do mundo, Vigdis Finnbogadottir, uma mãe solteira, 28 anos atrás), persistem no antigo hábito de ter filhos muito jovens. «Não são gravidezes indesejadas de adolescentes, você entende”, diz Oddny, «mas mulheres de 21, 22 anos que desejam ter filhos, muitas vezes quando ainda estão na universidade.”
Em uma universidade britânica, uma estudante grávida seria uma raridade. Na Islândia, mesmo na Universidade de Reykjavik, voltada para economia e administração, não apenas é comum ver garotas grávidas na lanchonete, como também vê-las amamentando. Ainda mais porque, se você estiver empregado, o Estado lhe dará nove meses de licença-maternidade totalmente paga, para ser dividida entre a mãe e o pai como eles quiserem. «Isso significa que os empregadores sabem que um homem que eles contratam tem a mesma probabilidade que uma mulher de tirar licença para cuidar de um bebê”, explicou Svafa Grbnfeldt, atual reitora da Universidade de Reykjavik, que já foi uma poderosa executiva. «A licença-paternidade foi o que fez a diferença para a igualdade das mulheres neste país”.
Svafa abraçou a oportunidade com os dois braços. Para seu primeiro filho, ela usou a maior parte da licença-maternidade. Para o segundo, foi seu marido. «Eu tinha um emprego no qual viajava 300 dias por ano» conta. Svafa diz que sentiu certo remorso, aliviado em parte por saber que seu marido estava em casa e em parte por causa da educação de alto nível oferecida pelo Estado, a começar por creches de dia inteiro, que torna praticamente inexistentes as escolas particulares.
O emprego em que ela viajava 300 dias era de vice-presidente encarregada de fusões e aquisições de uma companhia farmacêutica genérica chamada Actavis, na qual trabalhou durante seis anos. Nesse período a companhia saiu da insignificância global para se tornar a terceira maior de seu gênero no mundo, comprando 23 companhias estrangeiras no caminho.
Uma propagandista não apenas de sua antiga firma, que ela deixou quando não pôde mais dominar a culpa que sentia por sua ausência como mãe, Svafa enumerou alguns dos fatos mais notáveis da proeza empresarial que seu país conquistou nos últimos dez anos, época de grande sucesso para uma economia tradicionalmente baseada na pesca. Os bancos islandeses hoje operam em 20 países, e a empresa deCODE, sediada em Reykjavik, é uma líder mundial na pesquisa biotecnológica do genoma. As firmas islandesas estão engolindo empresas de alimentos e de telecomunicações na Grã-Bretanha, Escandinávia e Leste Europeu, outras evidências do crescimento econômico.
Svafa é uma mulher animada e franca, com um corte de cabelo arrojado e uma mente aguda e bem-humorada. E tem um escritório em casa que combina. Espaçoso, minimalista (a tal ponto que não tem uma escrivaninha) e moderno no estilo clean nórdico, parece sala de estar e tem uma vista espetacular. De uma janela você vê os telhados vermelhos e verdes de Reykjavik até o porto e o mar azul-escuro. De outra, vê-se uma serra baixa, coberta de neve. É uma paisagem linda de se ver, mas difícil para viver, especialmente nos mil anos em que a Islândia foi habitada antes da invenção da eletricidade e do motor a combustão. «Você tem de ser não apenas corajoso, mas criativo para sobreviver aqui”, disse Svafa. «Se não usar a imaginação, está acabado; se ficar parado, você morre».
Como os vikings demonstraram, parte dessa imaginação significa sair pelo mundo afora. Mas agora que a Islândia prosperou, há um convite para que o mundo venha. A Universidade de Reykjavik tem professores de 23 países e pretende, depois da mudança planejada, dentro de dois anos, expandir a presença estrangeira, tanto em termos de professores como de estudantes, e transformar a universidade em um pólo global de educação em economia. A universidade já é totalmente bilíngüe. «Nosso negócio é ganhar cérebros, e não perdê-los. Queremos fazer o que os americanos fizeram muito bem. Em nosso caso, criar um campus de elite na Europa que atraia os melhores do mundo», afirma Svafa.
Os islandeses sabem identificar os melhores e incorporá-los a sua sociedade. Conversei sobre isso com o primeiro-ministro, Geir Haarde, que encontrei em um evento oficial em um banho público cheio de vapor, um local de encontro popular para os habitantes do país. Tranqüilo como todo mundo que conheci, e sem nada que parecesse um guarda-costas nas redondezas (quase não há criminalidade na Islândia), ele concordou imediatamente em dar uma rápida entrevista.
«Acredito que combinamos o melhor da Europa e dos EUA aqui: o sistema de previdência social nórdico com o espírito empresarial americano», ele disse, indicando que a Islândia, diferentemente de outros países nórdicos, tem impostos pessoais e corporativos extremamente baixos. «Isso significou que não apenas as empresas islandesas ficaram e estrangeiras vieram, como aumentamos em 20% nossa receita fiscal, devido ao maior movimento do comércio.»
Isso não quer dizer que a Islândia ficou imune ao pânico financeiro que afeta atualmente o resto do mundo. Os bancos locais, à maneira americana, são atores globais agressivos e otimistas, e há preocupações de que eles tenham exagerado. O aumento dos preços dos alimentos e do petróleo está gerando o mesmo tipo de manchete nos jornais islandeses que vemos em qualquer outro lugar. Mas não há sugestão de que o sistema econômico esteja ameaçado. Os islandeses vão continuar recebendo gratuitamente não apenas educação de alta classe como tratamentos de saúde de alta classe. A medicina privada na Islândia limita-se principalmente a procedimentos de luxo como cirurgia plástica.
Dagur Eggertsson, até recentemente o prefeito de Reykjavik e provável futuro primeiro-ministro da Islândia, explicou-me que o que aconteceu na Islândia desafiou a lógica econômica. «Nos anos 1980 e 90, a direita nos EUA e no Reino Unido dizia que o sistema escandinavo era impraticável, que o alto investimento estatal em serviços públicos mataria as empresas”, disse Dagur, 35 anos, um homem jovial e superinteligente que, como a maioria dos islandeses, trabalha muito em diversas frentes – além de político ele é médico. «Mas aqui estamos, em 2008”, continua, «e você vê que nesses últimos 12 anos nós e os países escandinavos disparamos. Alguém chamou isso de economia de abelha: cientificamente, do ponto de vista aerodinâmico, você não consegue entender como ela voa, mas voa, e muito bem”.
O sucesso espetacular da Islândia vem da capacidade para o trabalho duro que Dagur exemplifica, além do imperativo de criatividade de que Svafa falou, mais uma fé americana na exeqüibilidade de grandes idéias. «Muitos de nós vivemos nos Estados Unidos, estudamos lá”, disse Geir Haarde, «e o que nós tiramos deles e, ao mesmo tempo, descobrimos que temos em comum é essa atitude de que se você trabalhar duro qualquer coisa pode dar certo.”
Espírito semelhante está por trás do sucesso da Reykjavik Energy, a companhia que fornece a maior parte da água quente e da eletricidade aos islandeses. A tubulação penetra profundamente na crosta terrestre gelada para extrair não petróleo, mas água, que a 1 quilômetro de profundidade atinge temperaturas de 200°C. Em 1940, 85% da energia do país vinha do carvão e do petróleo. Hoje, 85% vem da água vulcânica subterrânea, que fornece a metade da eletricidade necessária por cerca de dois terços do preço médio europeu. A Islândia tem o maior sistema de aquecimento geotérmico do mundo, e o planeta está interessado na tecnologia. A Reykjavik Energy está envolvida em projetos conjuntos para copiar o modelo islandês em lugares como Djibuti, El Salvador, Indonésia e China.
Há uma besta com a qual a Islândia tem dívida: a Segunda Guerra Mundial. Antes da guerra, era o país mais pobre da Europa. De repente, em 1939, tornou-se uma localização estratégica de imenso valor. Os britânicos e os alemães a disputaram e os britânicos chegaram primeiro. Estabeleceram uma base militar em uma península perto de Reykjavik. «De repente havia uma abundância de empregos que pela primeira vez não se relacionavam à pesca ou à agricultura”, lembra Asvaldur Andresson. «Antes da guerra, nós quase não tínhamos estradas, e as que havia tivemos de construir com picaretas e pás. Os britânicos e os americanos vieram e com eles as escavadeiras, estradas asfaltadas e todo tipo de ferramentas maravilhosas para se trabalhar”. Asvaldur, nascido em 1928 em uma cidade pesqueira no extremo leste da Islândia chamada Seydisfjordur, emigrou para Reykjavik no final da guerra e encontrou trabalho como motorista de ônibus na base americana. Depois disso, com longas horas de estudo à noite, passou a maior parte da carreira como fornecedor de peças para carros.
Sua vida sempre foi dura, mas especialmente na infância, quando a Islândia era a pior das combinações possíveis: um país em desenvolvimento com clima terrivelmente frio. Ele parou de estudar aos 12 anos e foi trabalhar em um barco de pesca em meio às tempestades geladas da borda meridional do Círculo Polar Ártico. Sua irmã morreu de coqueluche aos 3 anos e, quando seu pai morreu, Asvaldur tinha 16 anos e estava no mar, por isso só soube após o enterro. Ele trabalhou 16 horas por dia durante toda a vida para manter sua família. Hoje tem emprego em tempo integral, cuidando de sua mulher inválida. Recebe dinheiro do Estado para isso, um dos principais motivos (e coerente com a cultura da coesão familiar) pelos quais a maioria dos islandeses idosos não vive em lares de retiro, mas em suas casas.
«Olho para trás e vejo como este país mudou e mal posso acreditar», diz Haralduro A coisa mais notável foi o que aconteceu com três de suas netas, hoje adultas. Uma faz filmes documentários em Paris, outra é uma especialista em biotecnologia que assiste cirurgiões em um hospital em Reykjavik. A mais velha, com 26 anos, tem licença de piloto dos Estados Unidos e está fazendo treinamento para se tornar comandante da Ryanair.
Se a abelha voa, se a Islândia é o melhor lugar do mundo para se viver, e um dos mais ricos, é porque os governos souberam somar políticas esclarecidas à matéria-prima humana criativa e pragmática da ilha. «Como médico e como político, acredito que há uma estreita ligação entre a saúde do país e a qualidade das decisões políticas que são tomadas”, acentua Dagur Eggertsson. «Há cem anos éramos um dos países mais pobres, mas todos sabíamos ler e tínhamos mulheres fortes. Sobre isso construímos políticas fortes. Minha tese é que, para a saúde de um país, mais importante do que não fumar e comer bem são os fenômenos sociais que enfatizamos aqui: igualdade, paz, democracia, água limpa, educação, energia renovável, direitos das mulheres.”
A Islândia, por esses motivos, é um cadinho que conseguiu combinar as melhores qualidades da humanidade, oferecendo uma lição para o resto do mundo de como viver com sensibilidade e alegria, longe da falsidade, do preconceito e do tabu. A Islândia não poderia ser menos parecida com a África na superfície, não poderia estar mais distante do país em último lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, Serra Leoa. Mas os islandeses tiveram a sabedoria de adotar, ou imitar acidentalmente, o melhor do que existe lá. Sem o menor problema. Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Carta Capital 497, 28 de maio de 2008, pp. 10-14.

domingo, 25 de maio de 2008

Presidente do TSE recebe Carta de Brasília

Participantes do Senaje entregam Carta de Brasília para presidente do TSE
Com elogios à iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Carlos Ayres Brito recebeu o documento assinado por participantes do IV Seminário de Juízes, Promotores e Advogados Eleitorais (Senaje). A Carta de Brasília propõe, entre outras medidas, que sejam impedidas de disputar eleições pessoas com pendências judiciais por crimes graves.

Na noite dessa quarta-feira, 21 de maio, ao receber a Carta de Brasília de uma comitiva formada por 22 participantes do Senaje e membros do MCCE, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral Carlos Ayres Brito prometeu ler em sessão administrativa do TSE o documento que traz propostas para melhorar as regras eleitorais. O documento defende a efetividade da Lei 9.840/99, na parte em que trata da execução imediata das decisões referentes às condutas vedadas em eleições. Além disso, também propõe o uso dos cartórios eleitorais como pontos de coleta de assinaturas para facilitar a apresentação de projetos de iniciativa popular. "As reivindicações são consistentes, refletem transparentemente uma generalizada opinião brasileira e por isso receberão da nossa parte toda atenção, a mais focada atenção. Esse tema está na agenda das grandes discussões nacionais nessa época de abertura do ano eleitoral.", disse o presidente do TSE.
Ayres Brito garantiu que a questão será avaliada com atenção pelos ministros, assim que algum recurso relacionado com o caso for ajuizado no Tribunal. O ministro enfatizou que o mais importante na proposta é a atitude do grupo. "Vejo que há uma inquietação quanto ao descompasso entre prática e política. Quando vemos pessoas empenhadas ficamos felizes e confortados", disse durante o encontro do qual também participaram o secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Carlos Moura, e o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara Barbosa.
O juiz eleitoral Márlon Reis, presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe), entidade que faz parte do MCCE, foi quem entregou o texto ao ministro. Ele disse estar certo de que as reivindicações vão ecoar no Tribunal Superior Eleitoral e que o sucesso do novo projeto depende principalmente da capacidade de mobilização da sociedade brasileira. O MCCE pretende encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular, com assinaturas de 1% do eleitorado brasileiro, para proibir o registro de candidaturas com pendências judiciais por crimes graves.
Débora PinheiroAssessoria de Comunicação - Comitê NacionalMovimento de Combate à Corrupção Eleitoral

Eu tenho um sonho (incrivelmente atual)

EU TENHO UM SONHO
Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.
De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.
Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.
E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.
Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.
Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
"Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
Fonte: http://www.portalafro.com.br/religioes/evangelicos/discursoking.htm

Algumas pra lembrar... Para ouvir, clique no link

Orquestra Filarmônica de Berlim - Bolero de Ravel - Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=S2q-gWMAGjw

Orquestra Filarmônica de Berlim - Bolero de Ravel - Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=MP3qwZxm7p4&feature=related

Orquestra Filarmônica Marchigiana - Ópera Nabuco - O coro dos escravos
http://www.youtube.com/watch?v=WDeocvPaZrs&feature=related

Zezé di Camargo e Luciano - É o amor
http://www.youtube.com/watch?v=brJ6hHYr34g

Bruno e Marrone - Você não me ensinou a te esquecer
http://www.youtube.com/watch?v=Ov-B1N_6FIM&feature=related

Bruno e Marrone - Tá no jeito de olhar
http://www.youtube.com/watch?v=rm571tn9Ew0

Bruno e Marrone - Meu Disfarce
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Bruno e Marrone - Apenas um sorriso - Castigo - Fruto especial
http://www.youtube.com/watch?v=idSX0hhETVQ&feature=related

Bruno e Marrone - Grito de Alerta
http://www.youtube.com/watch?v=3eXl62yvAjE&feature=related

Bruno e Marrone - Essa história eu conheço
http://www.youtube.com/watch?v=4K1qu-ZZaHw&feature=related

Bruno e Marrone - Recaída
http://www.youtube.com/watch?v=WZ9h5kkLAc0

Bruno e Marrone - Chorão Apaixonado
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Bruno e Marrone - Castelo de Areia
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Bruno e Marrone - Abafa o Caso (Part. Alexandre Pires)
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Bruno e Marrone - Por que choras? (Part. Calypso)
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Bruno e Marrone - A culpa é sua
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Maria Bethânia - "Grito de Alerta" (1988)
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Maria Bethânia - Jeito estúpido de te amar
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Roberto Carlos e Maria Bethânia - Desabafo
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Maria Bethânia - Explode coração
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Edu Lobo & Tom Jobim - Luisa
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Roberto Carlos & Tom Jobim - Lígia
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Roberto Carlos - Mulher pequena (montagens com fotos)
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Roberto Carlos - Mulher de 40 (montagens com fotos e...)
http://www.youtube.com/watch?v=ac2_ilmzFQ0&feature=related
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http://www.youtube.com/watch?v=nI5Hq_bSdIk&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Z4OtjcBVK0Y&feature=related
Por hoje é só. Outro dia continuamos. Beijos

Liguei pra dizer que te amo!

Ouça no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=oQ1nLv9m9Ac

Liguei pra dizer que te amo
João Bosco e Vinícius de Moraes

Já é tarde, é quase madrugada e eu não dormi

Com você no pensamento a insistir
Que eu não durma sem falar contigo
Só liguei, liguei pra te dizer que eu te amo
Que os momentos que felizes nós passamos
Se morreu irá morrer junto comigo

E ao dormir sozinha estiver aos seus lençóis
Abrace o travesseiro e pense em nós
Na impressão irá sentir o meu calor
Vai, agora já te ouvi posso sonhar
Sentir as tuas mãos a me afagar
Vivendo a paz desse amor

Como pode dois seres como nós viver assim
Eu louco por você e você por mim
E agora tão distante sem amor
Vá dormir e sonhe com nós dois no paraíso
De mãos dadas caminhando no infinito
E pra sempre desfrutando desse amor

Programa Interesse Público (TV Justiça) 23 de maio de 2008. Cartilha Conselhos Tutelares

Olhe, quando puder, e me diga o que achou: http://midia.pgr.mpf.gov.br/noticias/ip-2008/23-mai/VT%20CONSELHO%20TUTELAR.wmv

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Projeto de lei que proíbe expressamente violência contra crianças.
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/360122.pdf